quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tenho uma mania meio parva de ligar a tv antes de dormir, mesmo que esteja a cair de sono e com os olhos baralhados. Ontem como não podia deixar de ser, la liguei a tv por volta das 2 e meia da manhã e passei na 2 onde estava a dar a Câmara Clara ou Câmara Escura (nunca acerto com a luminosidade do programa) com a Paula Moura Pinheiro. Comecei por reconhecer uma voz que me chamou a atenção, levantei logo a sobrencelha. De seguida reconheci uma cara que não a da voz e parei. Os convidados do programa eram José Eduardo Agualusa e Mia Couto, dois autores que adoro. Fiquei a ouvir toda aquela conversa sobre política africana, e sentidos dentro dos livros e da literatura e autores emergentes na África lusofona, para chegar às 3 da manhã e desligar a tv meio entediada. Claro está que tudo o que diziam era muito interessante, mas ouvi-los falar é uma realidade tão distante de lê-los. A conversa não tinha de longe a magia da escrita. Por momentos tive a sensação que não eram aquelas pessoas que tinham escritos coisas que me encantaram em absoluto. E como depois aquilo também era um programa intelectual, eles tinham que manter aquele registo de comentário opinativo sobre as coisas que mais me pareceu um espartilho no diálogo do que propriamente um mote para uma conversa interessante.
Acabei por desligar a tv. Sim era um programa interessante, mas não reconheci ali o Mia Couto e o Agualusa por quem ficaria até às 7 da manhã se fosse caso disso.

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